segunda-feira, 21 de março de 2011

A Oração do Grande Pastor

Senhor, Tu és o meu Pastor, meu Jeová Roí: Tu cuidas de mim com amor pastoral, pelo que nada me faltará. És Jeová Jiré, minha provisão em tudo.
Tu me fazes repousar em pastos verdejantes e não me faltará descanso. Guias-me mansamente a águas tranquilas e não me faltará alívio, pois és Jeová Shalom, minha paz. E essa paz que excede todo o entendimento, monta guarda sobre o meu coração e minha mente em Cristo Jesus.
Refrigeras, restauras minha alma, meu Jeová Rafa, o Senhor que sara, e não me faltarão cura e restauração. És o que tornas as experiências amargas em doces. Envias Tua Palavra e me saras. Perdoas minhas iniquidades e saras todas as minhas enfermidades.
Guias-me pelas veredas da justiça, Jeová Tsidkenu, Senhor, justiça minha, por amor do Teu nome, e não me faltará a graça que me justifica na Tua presença e me leva a permanecer diante de Ti, sem condenação. Jesus se tornou o meu pecado, para que eu me torne Tua justiça.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo, Jeová Shamá, meu Deus sempre presente: não me faltará coragem para atravessar o vale, nem a Tua companhia, pelo que estou seguro em Ti. Nunca me deixarás, nem me desampararás, de modo que em plena confiança digo que Tu me ajudas e não temerei - Que me fará o homem?
A tua vara - correção - e o Teu cajado - direção - me consolam. Não me faltam disciplina e revelação do caminho por onde devo andar, e me sinto consolado.
 Preparas-me uma mesa na presença dos meus inimigos, Jeová Nissi, minha Bandeira, Estandarte e Vitória, e não me faltam suprimento e proteção. Teu estandarte sobre mim é o amor. Quando o inimigo vier como torrentes de água, Tu levantas contra ele uma bandeira.
Unges minha cabeça com óleo, meu doce Espírito Santo Consolador, fonte de poder, vida e alegria. e não me faltam a unção e o poder que quebram todos os jugos inimigos; o meu cálice transborda da Tua alegria porque não me faltam o Teu enchimento, Teu controle em minha vida e Tua plenitude.
Não me faltarão companheiros. Bondade e Misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida. Não me faltarão longevidade e lugar de habitação permanente: habitarei na Tua Casa para todo o sempre. Amém.

Retirado do livro "Orando a Palavra", de Valnice Milhomens 

sexta-feira, 18 de março de 2011

O amor de Deus

"Deus é amor", assim disse o apóstolo João (1 João 4:16). Entretanto, é difícil medir tal expressão, como é difícil quantificar qualquer sentimento que exista no mundo. Dizer que Deus é amor nos dá uma ideia (errônea) que todo o amor oriundo do ser humano deva ser semelhante ao amor divino, que tais amores só mereciam ser chamados de amores se estivessem perto do amor dEle.
Por conta disso, fiz duas distinções particulares do amor: O amor-doação, típico sentimento que faz com que um indivíduo se coloque em segundo lugar para satisfazer o bem-estar daqueles a quem ele tem apreço; e o amor-necessidade, o mesmo sentimento que nos faz correr para os braços de nossos pais quando sentimos medo, por exemplo. E com esta distinção em mãos, não fica difícil perceber em qual deles o Amor Absoluto mais se aproxima: O amor-doação de Deus foi tão forte, que chegou ao ponto de entregar o seu próprio filho para a resgate de tantos outros, como eu e você (João 3:16).
Porém, o que há de menos parecido com Deus do que o amor-necessidade? Deus não precisa de nada da nossa parte. Ele existe por si só. Você não conseguiria doar algo de si que realmente Deus precisasse, pois ele é onipotente. Este amor, entretanto, é tudo, ou quase tudo que nós temos para oferecer à Ele: somos indefesos, e o nosso Pai celestial é quem cuida de nós (Mateus 6:32). Para o cristão, a saúde espiritual dele é proporcional com o amor que ele tem por Deus. E o amor-necessidade se torna claro quando buscamos o perdão de Deus para as nossas transgressões ou um auxílio em nossas tribulações."Venham a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso (Mateus 11:28)". 
Não digo, porém, que não podemos oferecer a Deus apenas amor-necessidade: a maior parte do nosso amor por Deus é o amor-necessidade. Há aqueles que diriam que podemos dar para Deus o chamado amor-doação, mas tais almas certamente diriam que tal condição é perigosa. Podemos oferecer para Deus o amor-doação, mas tomando a cautela de não ultrapassar e imaginar que não precisamos mais do elemento "necessidade de Deus" em nossas vidas. E aqui chegamos a um ponto crucial e estranho: Em um certo sentido, quanto mais o homem se diferencia de Deus, mais ele se aproxima dEle. O que pode ser mais dessemelhante do que a plenitude e a necessidade, a soberania e a humildade, o poder e o pedido de auxílio? Este é o resultado inevitável da nossa relação com Deus.
Precisamos também distinguir duas coisas que podem ser denotadas como "estar próximo de Deus". A primeira delas é a aproximação por semelhança. Deus criou tudo que podemos ver, e imprimiu neles características de semelhanças com Ele. A fauna, a flora, o nosso planeta e o universo são reflexos da grandiosidade dele, apenas uma parcela derivativa da sua glória. Nós, humanos, possuímos talvez a maior semelhança com Ele: A racionalidade. Os anjos também tem a racionalidade, inclusive os caídos. Então, tanto homens bons e maus quanto anjos ungidos e caídos são semelhantes a Deus neste quesito, são "mais pertos" da natureza divina do que os animais, por exemplo.
Há, porém, a aproximação de Deus de forma de acesso. Tal forma aproxima o homem de Deus para a vontade dEle, a união final da visão e glória de Deus para com o homem. Esta aproximação não depende dele, mas sim de nós. Enquanto a semelhança nos é dada com ou sem gratidão, o acesso à Deus, embora iniciado e mantido pela Graça, é algo que cabe exclusivamente a nós. Não nos tornamos filhos de Deus pela semelhança com Ele, mas recebendo ao seu filho (e a Ele, consequentemente) em nossas vidas (João 1:12). A semelhança com Deus, no final, não vem por formas ou aparências, mas sim com a perfeita consonância com a vontade dEle em nossas vidas. Como o Apóstolo Paulo nos diz, devemos ser semelhantes a Cristo (1ª Coríntios 11:1): o Jesus da carpintaria, o Jesus das multidões e das estradas, o Jesus do Calvário. É a forma que encontramos de dizer "Faça a Tua vontade em minha vida, Deus".

Que Deus te abençoe!

sábado, 12 de março de 2011

O Julgamento de Deus

Imagine a seguinte cena: Estamos em audiência em algum fórum de justiça. Você, leitor, é o juiz. Este que vos escreve é o advogado de defesa de Deus. A acusação? Deus não existe. Contra meu cliente, o autor desta ação: o mundo, sendo representado por um ateu. E assim começa o julgamento.

O ateu vem com o seu primeiro argumento: "Deus está morto. Hoje, com o avanço da ciência, temos menos espaço para um deus pessoal; talvez haverá um espaço para um deus impessoal nas suas igrejas, mas ainda sim, deus não está na ciência."
Logo me coloco de pé e digo para os presentes: "Ora, Deus está morto para quem o quer assim. Consideremos  por um instante a criação do universo: Um evento ocasiona a expansão da massa e energia para todo o infinito que o cosmos se expande. Por um acidente, se forma uma galáxia, a nossa galáxia. Por um acidente, a colisão de massas aleatórias gera um planeta que espantosamente está na órbita certa para a manifestação da vida. Outro acidente ocasiona o aparecimento da vida orgânica neste planeta, e mais um acidente faz a evolução do homem chegar até o patamar que estamos. Ora, se tudo foi um produto de acidentes sucessivos, o que dirá o pensamento materialista, que é um subproduto destes acidentes. Se tais pensamentos são meros acidentes, qual a razão de os considerarmos verdadeiros?
A criação do universo, do nosso planeta e da vida não me parece um mero acidente, com ínfimas chances de acontecer na ordem que aconteceram. Foram conduzidas como um Maestro conduz a sua orquestra, o que eu chamaria de Sinfonia do Gêneses. A pessoalidade de Deus é revelada na criatividade da sua criação."

Parece que o advogado de acusação não gostou das minhas palavras. Revirou alguns papeis e logo me retrucou: "Ora, a crença em deus é como uma ilusão. O vosso deus é como um pai exortado, e vós sois como uma criança indefesa que tem necessidade de um pai que o protege. Uma mera realização de um desejo profundo e íntimo. O seu deus é semelhante ao seu próprio pai."
Sem esperar, já replico o ataque contra Deus: "O senhor parte do pressuposto que Deus e a figura paterna são semelhantes, mas não consegue distinguir de fato quem seria o original e quem seria a cópia, se é que exista cópia e original neste caso. A crença em Deus não se baseia em simples desejos infantis; uma irracionalidade bastarda. Não há nada de errado em buscar a Deus, pois ele nos criou para que este vazio fosse preenchido por Ele. Afinal, se não existe neste mundo experiência capaz de me satisfazer completamente, então eu sou parte de outro mundo, o mundo dEle.
Além do mais, desagrada a muitas pessoas um ser onisciente, que sabe de tudo que elas fazem e pensam, monitorando-as o dia todo. Parece, certamente, que a crença na não-existência de Deus - o ateísmo - é mais uma realização de um desejo do que a própria crença de Deus em si."

O advogado da outra parte começa a se irritar. Tenta persuadir com outro argumento: "Então, onde está o seu deus que eu não o vejo? Onde está este ser que não o reconhecemos? Do que custa ele se apresentar diante nós?"
Diante do exposto, solto o que foi o argumento final: "Parece que o senhor é do grupo que querem acreditar em verdades e evitar os erros. Porém, os que necessitam de evidências para tudo que possam acreditar dão mais importância ao segundo objetivo - evitar erros - do que o primeiro. Deus não se determina através de evidências físicas, mas sim pela fé. A fé é a certeza das coisas que não se veem (Hebreus 11:1). É pela fé que você se aproxima de Deus (Hebreus 11:6), e não pelas evidências. Deus é tão existente quanto o ar, o fogo e a natureza, basta que apenas se creia nEle para tal. É a fé que prova Deus em primeiro lugar, e não o contrário. E qualquer regra de raciocínio que impeça de conhecer a verdade é um raciocínio irracional. Portanto, Deus é uma hipótese viva que se manifesta através da fé."

O advogado de acusação se cala. Não há mais nada para manifestar.
E então, agora eu pergunto a você - o juiz deste breve teatro - qual a sua decisão? Você aceita Deus como um ser que existe, ou vai matá-lo de sua vida? O tempo urge, pense bem e dê o seu veredito, leitor.

Que Deus te abençoe!

domingo, 6 de março de 2011

A Armadura de Deus

É fundamental para o cristão ter a armadura de Deus. Tal armadura é descrita com muito detalhe no livro de Efésios:

No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. (Efésios 6:10)
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. (Efésios 6:11)
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. (Efésios 6:12)
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. (Efésios 6:13)
Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça; (Efésios 6:14)
E calçados os pés na preparação do evangelho da paz; (Efésios 6:15)
Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. (Efésios 6:16)
Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; (Efésios 6:17)
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos, (Efésios 6:18)
E por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho, (Efésios 6:19)
Pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar. (Efésios 6:20)

Paulo nos alerta que necessitamos da armadura de Deus para nos proteger das adversidades deste século e da sua perversidade. As nossas tribulações não vem de pessoas ou da natureza, mas sim da parte de Satanás, que nos tenta para a perdição e o pecado.

Portanto, devemos nos vestir completamente com a Armadura de Deus, para que possamos resistir ao inimigo. Vemos que a primeira parte da armadura é o Cinturão da Verdade. Ora, o cinturão se veste na nossa cintura, o ponto de equilíbrio do nosso corpo. A verdade é fundamental para o equilíbrio da nossa vida, e a verdade só encontramos em Cristo Jesus. A Couraça da Justiça vem no nosso peito, simbolizando que a justiça de Deus protege nossa vida e nosso coração.

O Evangelho da Paz é as boas novas que Jesus Cristo anunciou e nos ordenou a pregar (Marcos16:15). São os nossos pés que caminham para a pregação da mensagem de Cristo, portanto, são eles que precisam estar preparados para caminhar em tal missão. O Escudo da Fé é a nossa proteção contra as ameaças, apostasias e ceticismo deste mundo. É pela fé que firmamos o nosso compromisso com Deus, desviando da filosofia vã deste mundo que prega a não existência do Salvador.

O Capacete da Salvação é a nossa certeza que Deus está acima de nós, nos protegendo e guiando. A salvação também nos imuniza contra toda e qualquer influência maligna que possa vir em nossas mentes. Por fim, a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, é a nossa principal arma contra nossos inimigos, pois a palavra é viva e eficaz (Hebreus 4:12), é o que nos edifica na rocha (Mateus 7:24). É pela palavra que crescemos em Cristo Jesus, e assim podemos confrontar as adversidades nos tempos maus.

Assim, devemos ter todas as partes da nossa armadura para não tropeçarmos. O simples fato de faltar uma peça do vestuário divino nos torna presas fáceis para as armadilhas do inimigo, pois a eficácia da armadura apenas existe se completa. Claro, também devemos, como bons soldados estarmos vigilantes; não podemos cessar a nossa vigília e nossa oração para não cairmos em tentação (Mateus 26:41).

Que Deus te abençoe!