sábado, 12 de março de 2011

O Julgamento de Deus

Imagine a seguinte cena: Estamos em audiência em algum fórum de justiça. Você, leitor, é o juiz. Este que vos escreve é o advogado de defesa de Deus. A acusação? Deus não existe. Contra meu cliente, o autor desta ação: o mundo, sendo representado por um ateu. E assim começa o julgamento.

O ateu vem com o seu primeiro argumento: "Deus está morto. Hoje, com o avanço da ciência, temos menos espaço para um deus pessoal; talvez haverá um espaço para um deus impessoal nas suas igrejas, mas ainda sim, deus não está na ciência."
Logo me coloco de pé e digo para os presentes: "Ora, Deus está morto para quem o quer assim. Consideremos  por um instante a criação do universo: Um evento ocasiona a expansão da massa e energia para todo o infinito que o cosmos se expande. Por um acidente, se forma uma galáxia, a nossa galáxia. Por um acidente, a colisão de massas aleatórias gera um planeta que espantosamente está na órbita certa para a manifestação da vida. Outro acidente ocasiona o aparecimento da vida orgânica neste planeta, e mais um acidente faz a evolução do homem chegar até o patamar que estamos. Ora, se tudo foi um produto de acidentes sucessivos, o que dirá o pensamento materialista, que é um subproduto destes acidentes. Se tais pensamentos são meros acidentes, qual a razão de os considerarmos verdadeiros?
A criação do universo, do nosso planeta e da vida não me parece um mero acidente, com ínfimas chances de acontecer na ordem que aconteceram. Foram conduzidas como um Maestro conduz a sua orquestra, o que eu chamaria de Sinfonia do Gêneses. A pessoalidade de Deus é revelada na criatividade da sua criação."

Parece que o advogado de acusação não gostou das minhas palavras. Revirou alguns papeis e logo me retrucou: "Ora, a crença em deus é como uma ilusão. O vosso deus é como um pai exortado, e vós sois como uma criança indefesa que tem necessidade de um pai que o protege. Uma mera realização de um desejo profundo e íntimo. O seu deus é semelhante ao seu próprio pai."
Sem esperar, já replico o ataque contra Deus: "O senhor parte do pressuposto que Deus e a figura paterna são semelhantes, mas não consegue distinguir de fato quem seria o original e quem seria a cópia, se é que exista cópia e original neste caso. A crença em Deus não se baseia em simples desejos infantis; uma irracionalidade bastarda. Não há nada de errado em buscar a Deus, pois ele nos criou para que este vazio fosse preenchido por Ele. Afinal, se não existe neste mundo experiência capaz de me satisfazer completamente, então eu sou parte de outro mundo, o mundo dEle.
Além do mais, desagrada a muitas pessoas um ser onisciente, que sabe de tudo que elas fazem e pensam, monitorando-as o dia todo. Parece, certamente, que a crença na não-existência de Deus - o ateísmo - é mais uma realização de um desejo do que a própria crença de Deus em si."

O advogado da outra parte começa a se irritar. Tenta persuadir com outro argumento: "Então, onde está o seu deus que eu não o vejo? Onde está este ser que não o reconhecemos? Do que custa ele se apresentar diante nós?"
Diante do exposto, solto o que foi o argumento final: "Parece que o senhor é do grupo que querem acreditar em verdades e evitar os erros. Porém, os que necessitam de evidências para tudo que possam acreditar dão mais importância ao segundo objetivo - evitar erros - do que o primeiro. Deus não se determina através de evidências físicas, mas sim pela fé. A fé é a certeza das coisas que não se veem (Hebreus 11:1). É pela fé que você se aproxima de Deus (Hebreus 11:6), e não pelas evidências. Deus é tão existente quanto o ar, o fogo e a natureza, basta que apenas se creia nEle para tal. É a fé que prova Deus em primeiro lugar, e não o contrário. E qualquer regra de raciocínio que impeça de conhecer a verdade é um raciocínio irracional. Portanto, Deus é uma hipótese viva que se manifesta através da fé."

O advogado de acusação se cala. Não há mais nada para manifestar.
E então, agora eu pergunto a você - o juiz deste breve teatro - qual a sua decisão? Você aceita Deus como um ser que existe, ou vai matá-lo de sua vida? O tempo urge, pense bem e dê o seu veredito, leitor.

Que Deus te abençoe!

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